O Símbolo Perdido

Vou começar algo novo aqui no blog. Como todos sabem (ou deveriam saber) faço críticas de filmes no Cine Paradiso. Mas um belo dia, pensando na vida, cheguei a conclusão de que também posso escrever sobre livros, já que livros viram filmes e vice-versa. Assim resolvi escrever uma resenha sobre O Símbolo Perdido, que acabei de ler (é, só li agora, algo contra?). Enfim, não garanto que isso vá perdurar mas whatever, quero escrever e encontrei uma brecha no tempo para isso.

Gostei de O Símbolo Perdido, porém notei algo que já havia pensado a respeito quando li a sinopse dos outros 4 livros de Dan Brown: a história é quase a mesma. Vamos agora para a receita do livro de mistérios e símbolos de Brown:

Olá e bem vindos a mais um programa Cozinha Literária. Hoje vamos ver a receita para um best-seller de suspense e aventura. Anote aí os ingredientes:

1 homem que tenha conhecimento sobre símbolos ou criptografia;

1 mulher cientista ou voltada para a ciência para lhe fazer companhia;

1 ou 2 sociedades secretas ou órgãos do governo que tenham 'segredos';

1 maníaco psicótico que altere a interpretação dos segredos;

4 pitadas de perseguições loucas onde as duas partes estão do mesmo lado;

reviravoltas e revelações contraditórias a gosto;

Misture tudo em uma grande tigela e leve ao forno por 2 anos. Enquanto isso espalhe por ai trechos de seu novo livro, só para atiçar os conspiradores de plantão. Retire o livro das sombras e lance por todo o planeta. Espere de 2 a 3 meses para nadar em dinheiro.

Obs.: Pode acrescentar alguma religião no recheio. Isso ajuda a massa a crescer e o ganho será maior

Sigam essa receita e garantam o seu lugar no Guinness Book como o(a) autor(a) mais bem pago(a) do ano.

Sério, li O Símbolo Perdido com isso na cabeça. A base de todos os livros de Dan Brown é praticamente a mesma. Ele muda os nomes, a localização, a organização secreta governamental e o objeto de criptografia. Fora isso o molde é o mesmo. Escrevam sobre um professor de história da PUC de Minas Gerais que, junto com uma renomada bióloga da UFRJ vão juntos ao Rio de Janeiro pesquisar sobre os símbolos ocultos no Pavilhão Nacional, tal qual a inscrição positivista Ordem e Progresso, escolhida com base na filosofia de Auguste Comte cujo lema é "O Amor como princípio, a Ordem como base e o Progresso como fim". Enquanto isso a Polícia Federal luta contra um lunático que tenta apagar os indícios do positivismo no Brasil, atacando a Biblioteca Nacional. Pronto, eis o sexto livro de Dan Brown.

Não estou desmerecendo  todo o trabalho de pesquisa de Brown. Até entendo que ele deve ser fã de criptografia, mas pode mudar um pouco o enredo, nem que seja algo pequeno, mas uma mudança é bem vinda.

Não sei se já leram O Símbolo Perdido ou não, mas já na metade do livro vi uma grande semelhança do livro com o filme A Lenda do Tesouro Perdido. A diferença é que no filme, o tesouro é realmente feito de ouro e pedras preciosas, estando escondido no Monte Rushmore, ao invés de ser uma Bíblia dentro da pedra angular debaixo do Monumento ao Washington.

Gostei também do pensamento dos personagens estarem escritos, mostrando o que eles estão sentido ou pensando. Como O Símbolo Perdido foi o primeiro livro de Brown que li, não sabia que ele tinha esse estilo de escrita, bem interessante.

Enfim, o livro é ótimo para quem gosta de história, mistérios e criptografia. Apesar de ter o mesmo molde dos outros livros, O Símbolo Perdido é uma leitura leve e rápida.